Delírio

Não quero lavar os cabelos,
Nem tão pouco perfumar o corpo.
Não quero ser uma lembrança,
Nem tão pouco uma fotografia no fundo da gaveta.
Não quero você ausente,
Nem tão pouco escutar suas historias por outro alguém.

Se tiver que me deixar, que seja breve.
Embebeda meu coração com tua verdade,
Tenha na voz a doçura de um Blues e
Traga consigo a riqueza e sabedoria dos poetas!
Faça que a faca que apunhalará meu coração
Tenha a firmeza de uma sentença de morte:
Precisa e irreparável.

Eu escrevo como quem espera o fim.
Sonho com a certeza de que tudo não passa de um delírio
Impetuoso, porém efêmero.

Não quero amar-te apenas uma única noite,
Nem tão pouco deixa-lo partir.
Quero-te como meus pulmões querem o ar
E sem medo, respirar-te até meu ultimo suspiro.
Sem medo, sem receio, sem vergonha.
Amar-te e somente amar.